Redes ou paredes?

Sobre o livro:

Para que serve a escola? Será que essa instituição se tornou obsoleta? Duas perguntas inquietantes, que são o ponto de partida para esta reflexão ensaística, extremamente atual, sobre a “crise da escola”. A ênfase recai sobre a maneira como as novas tecnologias de comunicação, sobretudo os aparelhos móveis de acesso às redes informáticas e os estilos de vida que eles implicam, estão afetando o funcionamento dessa instituição-chave da modernidade. De que maneira as subjetividades e os corpos contemporâneos reagem ao contato cotidiano com esses dispositivos, e como isso influencia sua relação com a escola?

O livro analisa os fatores envolvidos na crescente incompatibilidade entre os novos modos de ser e estar no mundo, por um lado, e as já antiquadas instalações escolares, por outro lado, com suas regras e seus valores, suas premissas e ambições definidas há cerca de duzentos anos. “As subjetividades se constroem nas práticas cotidianas de cada cultura, e os corpos também se esculpem nesses intercâmbios”, afirma Paula Sibilia. “Este texto procura acompanhar os itinerários que compuseram essa trama, até ela chegar a sua configuração mais atual, detendo-se prioritariamente nos modos de ser e estar no mundo que surgem hoje em dia, e que costumam se relacionar com a escola de modos conflitivos”.

Para tal, a análise leva em conta um conjunto de vetores socioculturais, econômicos e políticos, com o objetivo de identificar os sentidos dessas transformações históricas e oferecer algumas pistas que permitam delinear possíveis respostas ao conflito, de modo a sugerir caminhos para enfrentarmos uma grande questão contemporânea: de que tipo de escola – ou de que substituto dela – necessitamos?

Sobre a autora:

Pesquisadora e ensaísta argentina residente no Rio de Janeiro, Paula Sibilia estuda diversos temas culturais contemporâneos sob a perspectiva genealógica, contemplando particularmente as relações entre corpos, subjetividades, tecnologias e manifestações midiáticas ou artísticas. É autora dos livros O homem pós-orgânico: corpo, subjetividade e tecnologias digitais (Ed. Relume Dumará, 2002, com reedição atualizada, no prelo, pela Contraponto) e O show do eu: a intimidade como espetáculo (Nova Fronteira, 2008), ambos publicados também em espanhol. Fez graduação em Comunicação e em Antropologia na Universidade de Buenos Aires (UBA), mestrado em Comunicação (UFF), doutorado em Saúde Coletiva (IMS-UERJ) e em Comunicação e Cultura (ECO-UFRJ). Atualmente é professora do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e do Departamento de Estudos Culturais e Mídia da Universidade Federal Fluminense (UFF), bolsista das agências CNPq (Produtividade em Pesquisa) e Faperj (Jovem Cientista do Nosso Estado). Seupróximo livro examina o fenômeno do “culto ao corpo”; em 2012, realiza um pós-doutorado em torno desse assunto na Université Paris VIII, da França, com bolsa da Capes.